Cia. Bachiana Brasileira
Ano XX: Concerto Bach-Brasil, 2019: O Encontro das pulsões Bachiana e Brasileira
Sala Cecília Meireles
14 set sáb 20H
sobre os músicos

CIA. BACHIANA BRASILEIRA

Orquestra e Coro

Ricardo Rocha, Direção e Regência

Ana Cecília Rebelo, Soprano I

Paloma Lima, Soprano II

Lino Ramos, Contratenor;

A Definir, Tenor

Marcelo Coutinho, Barítono

sobre o evento
Num movimento de retorno às suas origens, a Cia. Bachiana Brasileira volta a apresentar um programa reunindo a música de Johann Sebastian Bach e a da ‘Terra Brasilis’, apresentando obras que são caras à sua história, como o Concertino para Violino e Orquestra de Câmara de Guerra-Peixe, cedida pessoalmente a mim em cópia do manuscrito, após o compositor ter passado mais de dez anos sem permitir que ninguém a fizesse. A razão disso eu nunca soube. Mas levei-a para a Alemanha, gravei-a ao vivo e a trouxe para ele, que ficou encantado com o resultado. Mais tarde presenteou-me com uma de suas singulares obras-primas, a “Roda de Amigos”, com todo o material de orquestra e uma carta em que escreveu: “Tome, é sua, presente de Páscoa! Faça-a como quiser e quando quiser”. Alguns anos depois, a convite do Ministério das Relações Exteriores, a Bachiana fez uma turnê em Singapura e Hanói, para a difusão de nossa música brasileira de concerto. Nela, o “Roda de Amigos” encerrava em grande estilo o programa, com nossos quatro solistas das madeiras.

Já a Suite n. 3 de Bach, em ré maior e o seu esplendoroso Magnificat na mesma tonalidade, guardam também entre si não só a mesma orquestração, com três trompetes, flautas, oboés, tímpanos e cordas, mas o fato de terem integrado o primeiro CD coro-orquestral da trajetória da Bachiana, o “Tributo a Bach”, do ano 2000, sendo a primeira gravação dessas obras no Brasil e, hoje, um disco histórico. Ele confirmava a contribuição que a nossa Sociedade Musical se dispunha a fazer ao cultivo, à memória e à difusão da obra deste compositor, que foi base e a referência para toda a música feita após o seu aparecimento.

Neste programa o ponto alto é sem dúvida o Magnificat BWV 243 na sua segunda versão de 1730. Dentre o pequeno número de suas composições em que Bach utilizou textos latinos, ele é considerado o mais importante, após a Missa em si menor. O seu quadro é do advento do Cristianismo na história da Humanidade. Isabel, a antes estéril esposa do sacerdote Zacarias, está no sexto mês de gravidez de João Batista. Maria, que como Zacarias havia igualmente recebido o anjo Gabriel, está grávida de Jesus e resolve ir à Judá visitar Isabel, sua parenta, pois o anjo também lhe anunciara sobre a gravidez desta na velhice. Porém, tão logo Maria chegou e Isabel ouviu sua saudação, a criança estremeceu de alegria em seu ventre e ela, tomada pelo Espírito Santo, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.”

Foi neste momento que o evangelista Lucas (1, 46-55) colocou o Magnificat sendo entoado por Maria, um cântico que guarda grandes semelhanças com o de Ana (1 Sm2, 1 – 10) e com outras passagens do Antigo Testamento. Seus principais temas são tanto o do socorro aos pobres e oprimidos, quanto o da eleição de Israel por Deus e a promessa feita a Abraão.

programa

Johann Sebastian Bach (1785-1750)

Suite Orquestral n. 3, em ré maior, BWV 1068

Ouvertüre

Air

Gavotte I/ Gavotte II

Bourrée

Gigue

 

César Guerra-Peixe (1914-1993)

Concertino para Violino e Orquestra de Câmara (1972)

– Allegro comodo

– Andantino III

– Allegro un poco vivo

Violino: Ricardo Amado

 

Intervalo

  1. S. Bach (1785-1750)

MAGNIFICAT, em ré maior, BWV 243

– Coro: Magnificat anima meum Dominum

– Ária Soprano II: Et exsultavit spiritus meus

– Ária Soprano II: Quia respexit

– Coro: Omnes generationes

– Ária Baixo: Quia fecit mihi magna

– Dueto: Et misericordia eius

– Coro: Fecit potentiam

– Ária: Tenor: Deposuit

– Aria : Esurientes

– Trio: Suscepit Israel

– Coro: Sicut locutus est

– Coro: Gloria Patri

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