Série Sala Orquestras
Orquestra Sinfônica da UFRJ
Sala Cecília Meireles
16 mai sex 19H

Eduardo Salazar, regente

 

Sinopse

A Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta o concerto Alma Latina: a música ibero-americana  sob a regência do maestro convidado Eduardo Salazar. Com obras dos compositores Manuel de Falla, Heitor Villa-Lobos, Claudio Santoro, José Pablo Moncayo e Inocente Carreño.

 

Programa

 

Manuel de Falla (1876 – 1946)

Suíte N° 2 de El sombrero de três picos (1921)

I. Los vecinos

II. Danza del molinero (Farruca)

III. Danza final

 

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)

Bachianas Brasileiras N° 2 (1930)

I. Prelúdio (O canto do capadócio)

II. Ária (O canto da nossa terra)

III. Dança (Lembrança do sertão)

IV. Toccata (O trenzinho do caipira)

 

Intervalo

 

Claudio Santoro (1919 – 1989)

Ponteio para cordas (1953)

José Pablo Moncayo (1912 – 1958)

Huapango (1941)

Inocente Carreño (1919 – 2016)

Glosa Sinfónica Margariteña (1954)

 

Release

Alma Latina: a música ibero-americana é o concerto temático que a Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta sob a regência do maestro convidado Eduardo Salazar. O compositor Manuel de Falla é a principal figura da música espanhola da primeira metade do século XX. Sua produção orquestral não é volumosa e boa parte dela é oriunda de obras cênicas. Dentre elas está o balé El sombrero de três picos, baseado em texto de Pedro Antonio de Alarcón (1833-1891) e composto em Paris em 1921 para a companhia de Balés Russos. Do balé o compositor extraiu duas suítes. Na música de Falla é possível reconhecer claramente uma linguagem que mistura o refinamento da orquestração com as características melódicas e a força rítmica das danças populares de seu país. A trajetória de vida de Falla se relaciona com a América Latina por ter o compositor se auto exilado na Argentina em 1939, após a vitória dos nacionalistas na Guerra Civil Espanhola. O compositor faleceu em 1946 em Alta Garcia, na província argentina de Córdoba.

Villa-Lobos é reconhecido como um dos principais compositores latino-americanos de seu tempo. Duas séries de obras se destacam em sua enorme produção: os Choros e as Bachianas Brasileiras. Se na primeira o compositor misturou as características da música urbana carioca com recursos expressivos do modernismo musical, na segunda optou por uma linguagem neoclássica, na qual conciliou as formas da suíte barroca com as formas de danças e canções populares brasileiras. A Bachianas Brasileiras no2 foi formatada a partir de obras anteriores, mas é conhecida especialmente por seu último movimento, intitulado “O Trenzinho do caipira”, no qual o compositor utilizou os recursos sonoros da orquestra para simular o movimento de uma locomotiva do interior, que sai da estação faz seu percurso por diferentes paisagens e chega finalmente ao seu destino. 

Em sua trajetória como compositor, Claudio Santoro buscou sempre novos caminhos. Após um período inicial abordando o dodecafonismo, como membro do grupo Música Viva, se voltou na década de 1950 para o Nacionalismo musical, estética na  qual produziu o Ponteio para cordas, peça das mais executadas no repertório brasileiro para tal formação instrumental. O Ponteio, também referido como Ponteado em algumas regiões do país, nos oferece na primeira parte uma vigorosa base rítmica, sobre a qual se desenvolve uma ampla melodia. Na segunda parte, em andamento mais lento, sobressai um solo de violino, de caráter lírico, finalizando a peça com a recapitulação da primeira parte.

A música mexicana de viés nacional abrange diferentes gerações de compositores que se destacaram na primeira metade do século XX, dentre eles José Pablo Moncayo. Sua obra mais conhecida e executada é Huapango (1941), na qual o compositor reinterpretou os ritmos tradicionais da famosa dança mexicana, que hoje é reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco. Huapango, com seu ritmo irresistível e temas dançantes apresentados pelo trompete e pelo trombone, é um verdadeiro hit da música sinfônica latino-americana.

Representando a Venezuela e encerrando o programa está o compositor Inocente Carreño. Sua Glosa Sinfónica Margariteña é obra orquestral de forte apelo popular, que remete ao seu lugar de nascimento, a ilha de Margarita. O material musical é de origem folclórica, especialmente a canção Margarita es una lágrima, que dá unidade à obra, mas também outras, como Canto de Pilón, Canto de velório e Tiguitiguitos.       

 

Eduardo Salazar

O maestro e violinista Eduardo Salazar é fruto do internacionalmente conhecido Sistema Nacional de Orquestras Juvenis, Infantis e Coros da Venezuela, “El Sistema”. Sua estréia internacional como maestro foi regendo a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar no Royal Festival Hall em Londres.

Como violinista Spalla Associado da Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, realizou turnês pela Europa, Asia, Estados Unidos, varios países da América Central e do Sul, sob a regência de maestros como Gustavo Dudamel, Claudio Abbado, Sir Simon Rattle, Lorin Maazel, Daniel Barenboim.

Desde 2018 reside em Salvador/Bahia, onde é integrante da OSBA (Orquesta Sinfônica da Bahia) e maestro no programa NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia). 

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